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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Triste começo (01/01/16)

    Aqui não há estrofes metodicamente separadas nem rimas intencionais, mas sim apenas mais um dos sentimentos infelizes que são provocados de vez em quando e de forma inesperada. Um amigo que se vai é um número a mais no placar da saudade, ainda mais quando é uma ida sem volta. A falta que sentimos após poucos dias não ultrapassa a alegria que ele sente ao nos ver após horas, é a experiência de ter um companheiro com o qual desejamos o máximo de contato possível em sua vida relativamente curta.
    Imagino então que ele agora descansa em paz, talvez melhor do que quando terminava uma refeição e se deitava com a barriga para cima, próximo ao sofá, este mesmo que ele subira, horas antes, para solicitar um gesto de carinho que eu fiz e ainda prometi lhe dar um banho ao amanhecer, o primeiro banho do ano, era metade da madrugada de mais um primeiro de janeiro.
    Então, refleti como certas coisas são tão fugazes, como um novo ano emerge após um mero segundo, e que podemos perder um amigo em minutos. Era um ano que acabava de ir embora para sempre, e nem sequer avisou que meu cachorrinho iria horas depois, sem volta. É um triste começo, a pior forma de se iniciar uma nova etapa cronológica.

Adeus, bom amigo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Aurora (17/12/15)

Às vezes sentimos inveja, lamentamos nossas dores,
Incontroláveis emoções se desenrolam.
Indo em uma floresta sombria, pouco teor de cores,
Mágoa e desesperança para vir não demoram.

Li, incidentemente, em um caderno alheio:
"O amor é inconveniente, ridículo..." pausei,
Eram os escritos de uma garota, nem a mim sequer veio.
Ela apenas os lia, e eu, sem querer, olhei.

Tem coisa que é tão óbvia em sua visão,
A beleza de algo parece tão nítido.
Mas existem muitos, apenas na escura solidão,
Que acham a beleza da felicidade algo dissimulado e mítico.

Julgamos alguém, pela tristeza em mente,
A fraqueza e tristeza alheia parecem tão idiotas,
Não entendemos que nem sempre é fácil seguir em frente,
Difícil passar a caminhar em vida, num planeta sem aurora.


sábado, 3 de outubro de 2015

Acaso (03/10/15)

Nos prantos e lamentos, na dor e no sofrimento
Surge a dúvida do "acaso".
Tanta imprevisibilidade quanto à felicidade
Que do tempo me desfaço.

Toda a ventania pela qual você passa,
Sua infeliz derrota e todo esse cansaço,
A infalível vitória, como água que sai da rocha,
Será que tudo isso foi por acaso?

O movimento dos astros longínquos?
A explosão de uma estrela que brilhava?
O exacerbado calor do sol, certos raios para nós iníquos?
Os centímetros que a lua de nós se afasta?

Ora! óbvio que não!
Pois um evento leva consequências
Como um pedido de perdão,
Que só quer do remorso a ausência.

Mas e uma simples palavra dita?
Aquela pedra que você chutou?
Sua mente, por um momento distraída?
Aquele lugar que você não foi?

A desistência de escolher uma cor,
A mudança de alguma opção,
Alguns cliques distintos no computador,
E cada folha que cai no chão?

Certas coisas não são simples como se pensa,
Nossas escolhas geram caminhos,
Um momento pode mudar o que era tendência,
Tornar o bom até o mais mesquinho.

Imagine mexer em algo ao voltar no tempo,
Esperar outro ônibus, caminhar mais devagar, não fazer nada.
Talvez você nem estivesse aqui, lendo,
Quiçá eu nem pensasse em escrever essas palavras.

Newton só precisou ver uma maçã cair,
Einstein, correndo como a luz se imaginou.
E você, acha que pequenas coisas são por acaso?
Talvez tenha provocado impactos que ainda nem notou.




quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O que é "felicidade"? (14/08/15)

O que é "felicidade" para você?
É estar bem até o anoitecer? Dormir bem até o amanhecer?
Abrir o sorriso para quem sempre te vê? Ter uma força superior para crer?
É poder sempre olhar o céu e as nuvens? As estrelas, a lua e o mar?
Sentir-se tão ínfimo e isolado ao ponto de se admirar?

O que é "felicidade" para você?
Dançar ao som dos pássaros? Rabiscar os sonhos em um papel?
Admirar a natureza e toda criatura? Pintar suas ideias com um pincel?
Almejar o máximo de conhecimento? Obter suas respostas?
Acreditar que a ciência é o cavalo certo para suas apostas?

O que é "felicidade" para você?
É buscar a pureza? Manter dentro de você a criança?
Preservar o máximo da inocência? Voltar ao tempo de infância?
Amar o máximo que puder? Festejar o amor e a fraternidade?
Não deixar que "o mundo perfeito" seja algo fora da realidade?

O que é "felicidade" para você?
Beber e comemorar? Se entregar aos desafios?
Já que a vida é tão curta, por que sermos tão frios?
É ter o melhor computador? A melhor roupa e celular?
Ter mil amigos virtuais para, todo dia, poder se conectar?

O que é "felicidade" para você?
É ter apenas onde morar? É ter o que comer?
Ter uma família que sempre vai esperar para te ver?
Ter simplesmente uma mãe e/ou um pai? Um amigo no qual confie?
É poder estar com alguém que com uma simples presença te alivie?

O que é "felicidade" para você?
É conseguir se livrar das guerras? Conseguir escapar dos conflitos?
Sair de casa com segurança, sem medo de qualquer inimigo?
É não ter mais sofrimento? Que haja para qualquer dor a cura?
Poder ter chance para recomeçar? Encontrar uma estrada mais segura?

O que é "felicidade" para você?
É poder andar e enxergar? Poder ouvir e falar?
É saber que está ferido e doente, mas que amanhã isso vai passar?
É ter a mente sã? É conseguir pensar perfeitamente?
É conseguir levantar de uma cama, a qual usa para o descanso somente?


Para tal pergunta há inúmeras respostas, e cada pessoa quer uma forma de viver,
Alguns desejam ser mais felizes, outros querem apenas o prazer.
Não reclame tanto de sua vida, pois a perfeição não existe também.
Saiba que, muitas vezes, tem gente que só precisa para ser feliz,
Apenas ter direito a ter um pouco do que você tem.






domingo, 12 de julho de 2015

Maldoso Universo (08/07/15)

O brilho dos teus olhos e uma supernova,
Teus cabelos e as nebulosas,
Teu dançar e as órbitas, os planetas lá de fora.

O teu chegar e o sol, tuas curvas e o espaço,
Que com o tempo se entrelaça, para o meu embaraço.
Tua atração é um horizonte de eventos,
O colapso da estrela, que reduz o elemento.

O neutrino, teu aviso, é o perfume que exala,
Tua luz, teu espectro, o que tens e não acaba,
Teu som é a onda que se propaga, embeleza o ar,
Teu rosto é da forma que se faz o luar.

Teu universo é maldoso, com sua energia escura,
Existência sem resquícios, mas de forma bem segura.
Expandindo e distanciando, deixando cada vez mais frio,
Meu planeta abandonado, que nem luas atraiu.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vênus (08/05/15)

No fim do dia, "pós-crepúsculo"
Destaca-se logo o luar.
Nosso satélite natural, fascinante,
Mas não é da lua que quero falar.

Lá em cima, várias vezes, no escuro
Um tímido e primeiro "ponto brilhante" percebemos.
Muitos acham ser uma linda estrela,
Brilho seu que engana, pois é o planeta Vênus.

Os antigos se espantavam quando olhavam para o céu.
Aquilo que se destacava, tão "pequeno", com tanta beleza.
Os astrônomos de épocas passadas, fascinados,
Resolveram pôr-lhe um nome de deusa.

A deusa da beleza e do amor
Com seu nome o chamamos.
Um planeta quente e hostil, quanta ironia!
Mas não sabiam disso os antigos romanos.

Fortes são seus raios. Penumbra em todo seu dia.
Com seus vulcões em erupção, sem luas a lhe orbitar.
Rotação lenta e de sentido oposto, o sol "nasce em outro canto".
Seu destaque se deve a suas nuvens ácidas, que refletem a luz solar.

No céu noturno aqui da terra, se parares para observar.
Mil estrelas, vão surgir, e a linda lua vai clarear.
Mas outro astro brilha intensamente, segundo a se mostrar.
No amanhecer, e no entardecer, o planeta Vênus estará lá!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Tempo (24/02/15)

“O que você vai ser quando crescer?” O que você respondia?
O tempo já passou e tudo mudou, mas realmente o que você dizia
Não passava de um sonho, inocência, e agora você vê
Que a vida é uma batalha, e nem sempre suas escolhas só dependem de você.

E naquela vez que você se apaixonou? O que você fazia?
Sentia a solidão, pensava o coração, e você se distraía.
O que ela lhe fez? Aquela pessoa que você sabe bem quem é.
Ela está contigo ou ela te deixou por um outro alguém qualquer?

O momento em que você percebe que o tempo vai e não te espera,
E a vida passa tão depressa, e o coração há de parar, e sem você imaginar: Tudo acabou.

Em meio a tantas guerras, tantas batalhas, quantas você venceu?
Derramando lágrimas, sangue e suor, quantas você perdeu?
E no passar dos anos, na sua fraqueza, qual amigo te ajudou?
Entre flores e armas, atores e balas, quais inimigos você criou?

Ainda estás aqui, sobrevivendo, como é que você está?
Quantos livros leu? Quais canções cantou e ainda pode cantar?
Quantos te amaram, ao seu lado até quando você cedeu?
O mapa do tesouro dos sentimentos, é o sofrimento, você percebeu?

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Você (30/04/15)

Rosas, margaridas, violetas, belas flores.
Ao vento balançam, desabrocham, lindas como você.
Yes, baby! You are very beautiful.
A tua beleza encanta até o estrelado céu que de noite se vê.

Não, garota, não estou brincando, és diferente.
Nas tuas caretas, mesmo estranhas, ainda és vistosa.
E ainda que eu não possa tocar, só por imagens admirar.
Na minha mente, todo dia estás, uma lembrança desgostosa.

Ah, que pena, são realmente lamentáveis, desconfortáveis lembranças.
No meio de tudo isso, há um pequeno problema, um empecilho.
Não estás comigo, tu nem dás atenção para mim.
You don't care, dear! Do que adianta eu almejar tanto esse teu brilho?

Saia da minha mente, não mais me atormente todos os dias.
Ideias, sem medo, sem espanto, mas com lamento.
Lamento este, pois não lhe seduzo nem interesso.
Você tem todo direito, e também incontestável argumento.

Assim que alguém cruzar teu caminho, para mim estranho será.
Batalhas e pancadas em meu peito, por não ter conseguido chegar
Ao teu coração, também pouquíssimas chances ter.
Talvez eu fui apressado, de uma maneira errada, só fiz te assustar.

Identifique-se, garota, neste escrito, nessas palavras.
Sei que você pode não saber, numa dica talvez possas descobrir.
Tudo se identifica mais pelos inícios, letras de versos.
Assim, codificado, teu nome justifica o começo, o meio e o fim.

domingo, 26 de abril de 2015

Sabe? (25/04/15)

Sabe quando você fica confuso? Dividido?
Sabe quando o silêncio ecoa em seu peito? Sua mente não toma o controle?
Sabe quando você se chateia sem motivo concreto?
Sabe quando você sente raiva de si?
Sabe quando você fica confuso com nada?
Sabe quando quer circunstância para uma tristeza?
Sabe quando pensa em alguém que pouco nota sua existência?
Sabe quando você não consegue demonstrar algo verdadeiro?
Desejar que o outro sinta o que você sente, para perceber o quanto é importante?
Sabe o que é escrever algo que ninguém lê?
Eu sei.
Sabe como tornar tudo isso irrelevante?
Ensine-me; eu não sei.

Falando ao papel (11/03/15)

Olha, papel, na tua frente de novo estou.
Venho te marcar com escrita, sem recitar esta.
Escrever meus sentimentos, alegria ou tristeza,
De forma bem singela, pois pouco me acho poeta.

Tua celulose é parte minha, mas minha mente não é teu branco.
Com minha vida, dou-lhe vida,
Desabafos solitários, estranhos de se entender,
Gerando mil palavras meu coração palpita.

Em tuas linhas exponho minhas entrelinhas.
Como a flor que não tenho, equiparo a frases achadas,
Pois se ela aqui não está, nem muito menos minha é,
Prometo, pela ortografia, pôr seu nome entre aspas.

Que as lágrimas não borrem a tinta,
Que a borracha não limpe o grafite,
Os meus rabiscos de cor cinza.
Que o papel reflita meu sorriso, sem limite.

Não rebusco minhas palavras, talvez pobres são minhas rimas.
Vem à tona a vontade, mas nem sempre me contento,
Com minha humilde poesia, raciocino, e discorro.
Agora, meu papel, faça apenas seu papel, registrando o que penso.